quarta-feira, 21 de setembro de 2011

A tentar a tentar parar
Por perdido perdido pensar que se está
Mexendo-se o chão por baixo dos pés
Que levantados no ar
E o firmamento também a mexer por cima dos pés
E do que deles por cima está
E o corpo todo quieto
Só o mundo todo às voltas e pinotes
Entregue ao caos saboroso da derrota
À justificação da irresponsável revolta

Mas afinal nem o corpo que estava todo quieto
Nem o mundo que às voltas e pinotes
Se entregava ao caos saboroso da derrota
E à justificação da irresponsável revolta
Pararam
Nem eu de estar parado
Nem o resto de mexer

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Por antecipação

Nem é tanto o que se vai (mas o que fica por dizer)
Retirando do horizonte como as cortinas (dos teatros)
Do quarto onde ao acordar se duvida (tendo a certeza)
Se o que desapareceu não terá sido um sonho (do sonho)

É mais o que fica por dizer (ou que a mais se disse)
Como as peças repetidas nos teatros (sobre o real)
Onde tendo a certeza da fantasia (que se fantasia)
Não interessa o que de impossível se revela ( e onde os aplausos são exorcismos)

Não sendo tanto será muito o que sobra (soçobra perante)
No devir da memória incompetente (a impotente)
Que sem demora seus juros cobra (imaginação)
Pelo espólio gravado latentemente (que mente)