quarta-feira, 25 de janeiro de 2017

Bestiário do Julio

Um homem que vomita coelhinhos que partem jarras, coladas mais tarde com cola inglesa. Uma mulher censurada pelo olhar de um autocarro inteiro e um homem que também, mas mais tarde, assim como mais tarde o motorista lhe tenta bater, por razão nenhuma, acabam por sair os dois e ele compra flores finalmente. Pessoas que criam mancúspias. Dois irmãos que perdem a sua casa progressiva e beneplacitamente. A mim este Cortázar no seu "Bestiário" parece-me um António Lobo Antunes simpático na frase, mais delirante no tema que no discurso, mas ainda assim com as frases penduradas em penhascos e quem lê às vezes enrola-se na vertigem da ignorância e volta atrás para buscar uma corda antes de se atirar lá para baixo. Venha o próximo.

Sem comentários: